sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

ENTREVISTA COM DORIAN YATES


BDJ: Sua primeira aplicação séria ao exercício, enquanto sendo um treinamento breve, intenso e infreqüente, foi altamente influenciado por Arthur Jones e Mike Mentzer.O que o levou a escolher aquela direção ao invés de métodos mais tradicionais?

DY: Eu sou um pensador muito lógico e a informação de Jones e Mentzer chegou até mim de uma maneira lógica. Eu também sou uma pessoa do tipo de que se eu tiver que fazer algo, eu primeiro observarei a natureza da ação, analiso, e obtenho o máximo de informação sobre isso o quanto eu possa. Eu não me lembro sobre como eu encontrei toda a informação necessária para tomar minha decisão, mas eu tentei armazenar tantos dados quantos eram possíveis, decifrei e vi o que fazia sentido. Então eu combinei aquela informação com a experiência prática e escutando meu corpo de perto. Rapidamente eu descobri que uma vez tendo ultrapassado um certo nível de volume ou freqüência (n.t. de treinamento) eu experimentava os sinais de overtraining, quando você não está se recuperando, quando você não dorme bem, quando seu sistema nervoso sofre uma baixa e quando você já não faz progresso. Isto indicou claramente para mim que eu precisava reduzir e alterar ligeiramente minha abordagem – ao treinamento. Durante os anos eu refinei meu programa baseado nos princípios e relações de intensidade, volume, freqüência e recuperação adequada. Assim, embora lendo as informações dadas por Jones e Mentzer, tendo conversado e treinado com Mentzer algumas vezes, eu peguei o que eles disseram e combinei isto com métodos tradicionais e criei meu próprio híbrido de treinamento de alta intensidade. Eu não concordo com algumas das coisas ditas por Jones e Mentzer, inclusive sobre o treinamento do corpo inteiro em uma sessão.

BDJ: Eu concordo. No treinamento de pernas eu fico praticamente esgotado... Se não fisicamente, pelo menos mentalmente.

DY: Sim... Isso é simplesmente muita coisa. Algumas coisas soam bem teoricamente, mas elas não funcionam na prática. Assim, você tem que combinar as duas. Aqui é onde você lê ou reflete a respeito da abordagem teórica, então aplica isto ao seu treinamento, enquanto faz ajustes ao longo do caminho. Se não funcionar de modo prático, então aí está a sua resposta. Você não deve se abater e pensar, " bem, por que não está funcionando "? Você tem que se mexer e procurar por qualquer outra coisa, enquanto ainda adere aos princípios da alta intensidade. Eu tenho pegado qualquer informação que eu achei útil e descartado o resto. Eu tenho feito isto com pessoas desde os graus mais baixos do bodybuilding até o topo, inclusive Mentzer e Jones. Eu sempre sou ávido por algo novo. Mas entre todos, ninguém alguma vez foi meu treinador ou nutricionista. Ao invés, eu escuto sugestões e aproveito o que eu quero e descubro o que funciona ou não funciona para mim. Isso é o que me atraiu ao bodybuilding... Eu era o responsável pela vitória ou derrota.

BDJ: Você aplicava alguma tática de treinamento em particular ou alguma variável de intensidade a um grupo muscular deficiente?

DY: Isso tem muito a ver com o que eu fazia. Para músculos em deficiência eu os treinaria no começo de um treinamento ou perto do começo, quando meus níveis de energia mentais e físicos eram mais altos. Eu também usava diferentes técnicas de intensidade, mas não todas ao mesmo tempo. Obviamente eu treinava até a fadiga, e então incluía repetições forçadas e negativas adicionais algumas vezes. Eu sempre enfatizava a fase negativa desde que esta é da mesma maneira tão importante ou mais importante que a fase positiva, sendo que muitas pessoas esquecem disso e só se concentram em erguer o peso. As micro-lesões acontecem principalmente durante a fase negativa que é responsável pela resposta de crescimento. Quando eu fazia as negativas por último, elas eram feitas em máquinas devido a um melhor controle. Às vezes eu também usava uma versão modificada do sistema de repouso-pausa, treinando pesado para 5-6 repetições, descansando durante aproximadamente 10 segundos, e fazendo outras 1-2 repetições. Eu também fazia drop sets, enquanto executava 6-8 repetições até a fadiga, diminuindo um pouco o peso, fazendo então outras 3-4 repetições até a fadiga, ou ainda parciais ao término da série. Eu tentei pré-esgotamento, mas não funcionou para mim... Esse é um exemplo de um método tradicional de alta intensidade que soa bem teoricamente, mas que não funciona tão bem na prática. Freqüentemente as pessoas cometem o erro de que se eles têm um grupo muscular de desenvolvimento lento, pensar que eles deveriam aumentar o volume ou a freqüência, e isso não vai ajudar.

BDJ: Relativo ao pré-esgotamento, eu conheço alguns indivíduos que obtiveram resultados excelentes nessa técnica. Obviamente isso é algo do indivíduo. Você, por exemplo, provavelmente tem uma taxa extremamente alta de fibras de contração rápida ao longo de seu corpo e uma taxa muito rápida de fadiga.

DY: Eu executei pré-esgotamento no passado, mas só na forma de séries normais, diretas. Por exemplo, eu começaria meu trabalho de pernas com extensões de perna, então em seguida eu descansava antes de passar para o leg press. Eu descobri que o pré-esgotamento tradicional era mais aeróbio... Muito mais um treinamento cardiorespiratório e nem tanto um treinamento muscular. Fazer o pré-esgotamento tradicional foi um dos treinamentos mais duros que eu alguma vez executei... eu quase não podia respirar... mas eu não sentia que me desse um ótimo estímulo muscular. Eu tive que adaptar o método e descansar o suficiente.

BDJ: Você descobriu que havia a necessidade de descanso físico ou mental?
DY: Era mais físico, mas também era mental. Enquanto você está fazendo extensões de perna e você sabe que logo você estará fazendo leg press, seu foco fica dividido. No fundo em sua mente você sabe você que você tem que saltar fora de uma máquina e ir direto para cima da outra. Eu gosto de estimular, aniquilar, e então descansar. Eu não acredito em pressa entre os exercícios. Para mim, apressar as séries é um treinamento aeróbio. Mover-se depressa de um exercício para outro freqüentemente resultará em cansaço cardiorespiratório, especialmente para os músculos das pernas, por eles serem tão grandes.

BDJ: Você alguma vez implementou um protocolo de treinamento que provou ser prejudicial para o seu progresso?

DY: Provavelmente meu maior erro foi tentar usar os mesmos pesos e a mesma intensidade (i.e., treinar além da fadiga) direito até a competição. Técnicas de alta-intensidade são ótimas para estimular crescimento se você tiver calorias e descanso suficientes. Mas quando você se prepara para uma competição, sua meta deveria treinar para manter músculo e reduzir a possibilidade de lesão. Isto é especialmente verdade se sua energia e níveis de gordura corporal forem baixos e você estiver trabalhando seus músculos e articulações com dureza. Inclusive, quando sob dieta e treinamento duro você não dorme tão bem, o que significa que você não consegue se concentrar tão bem. Todos esses fatores aumentam seu risco de lesões. Isto também aumenta seu risco de ficar catabólico porque você está aplicando toda aquela tensão; e a falta de calorias e descanso faz com que fique mais difícil recuperar-se. Se eu tivesse que fazer tudo novamente, eu deixaria de treinar até a fadiga, ou até mesmo perto da fadiga, parando 1 a 2 repetições próximas do esforço total. Isto daria estímulo o bastante para manter os músculos enquanto você se concentra em reduzir a gordura corporal.

BDJ: Eu entendo que você tem uma preferência pelos pesos livres.

DY: Não, não particularmente. Há muitos exercícios básicos que são ideais com pesos livres, mas se você analisar minhas rotinas durante os anos, elas tem sido uma combinação de máquinas e pesos livres. Eu penso que ambos têm suas vantagens e desvantagens, e uma combinação dos dois é melhor que usar exclusivamente um deles.

BDJ: Você descobriu que você pode executar menos exercício com máquinas? Eu acho que há estimulação maior e mais direta com máquinas, produzindo maior estímulo desde que não há nenhum esforço necessário para equilibrar o peso.

DY: Não necessariamente. Basicamente, eu acho que as máquinas isolam melhor o músculo e você não tem que gastar energia equilibrando o peso, distintamente do treinamento com pesos livres. Mas uma das desvantagens das máquinas é que, elas produzem um movimento fixo... Um padrão fixo. Se eu uso isto ou você usa isto, é o mesmo padrão. Mas se eu executo uma rosca com halteres, e então você executa uma rosca com halteres, e isso for analisado em um computador e tela de vídeo, você veria que ambos seguiram um padrão diferente. Cada um segue uma biomecânica mais natural e individual.

BDJ: Neurologicamente, os pesos livres provavelmente têm uma vantagem nessa consideração.

DY: Sim, e é por isso que eu acho que eles são tanto melhores para o treinamento de força e de potência, e treinamento atlético. Consequentemente há algumas coisas que você pode fazer com máquinas e não com pesos livres, e algumas coisas você pode fazer com pesos livres e não máquinas, e vice-versa. A melhor situação é uma combinação de ambos.
BDJ: Quais técnicas psicológicas você emprega durante seus treinamentos?

DY: Eu mantenho um diário de treinamento e de nutrição. Todo treinamento deve ser anotado, quais exercícios, o peso usado, etc. Antes de ir para o ginásio eu revisaria o meu último treinamento, o peso, as repetições, e visualizaria o que eu queria fazer naquele dia, a ponto de usar certas roupas em certos dias, só para alcançar um certo estado de espírito. Eu visualizaria quanto peso iria erguer, quantas repetições, e como eu iria fazer os exercícios. No momento em que eu chegasse no ginásio eu estaria totalmente motivado psicologicamente e sabendo quais metas eu queria alcançar. Eu veria de novo aquele filme mental enquanto estivesse no treinamento.

BDJ: Eu não acredito que haja muitos fisiculturistas, inclusive profissionais que monitoram seus próprios progressos ou mantêm um diário de treinamento.

DY: Eu tenho sido questionado por certos fisiculturistas, sobre o treinamento. Eu lhes perguntava o que eles haviam feito da última vez, ou no ano passado. Eles respondiam, "eu não estou realmente seguro... eu realmente não consigo me lembrar". Você nunca vai aprender qualquer coisa se este for o caso. Se você mantiver um registro, você pode ver como você progride, como seu corpo reage, o que funciona e o que não funciona. Isso lhe permite refinar as informações. Mas se você torna isso um jogo de adivinhação, então será como um capitão em um navio sem mapa nem curso, enquanto flutua por aí esperando chegar onde se quer chegar.

BDJ: Talvez duas das perguntas mais comuns feitas aos fisiculturistas profissionais são: Que drogas você tem usado, e quanto você gasta anualmente com drogas? Você se preocupa em responder?

DY: Eu sou questionado sobre isso sempre que eu faço seminários. Aí existe um limite tênue. Eu não quero ser evasivo como se eu estivesse tentando manter algum segredo. Mas eu também tenho uma responsabilidade na qual eu não gosto de recomendar ou falar de doses porque entre os muitos leitores de revistas estão incluídos crianças e jovens. Certas revistas, e certas pessoas que escrevem para as revistas, estão sendo muito irresponsáveis em recomendar certas coisas, ou em dizer que "todos os profissionais fazem isso e aquilo". Em um artigo, eu fiquei horrorizado em ler a respeito do que os profissionais supostamente fazem. Isso chegou a um ponto onde se acredita que o modo como a pessoa treina ou a genética não tem nada a ver, mas sim o uso de drogas. Então as crianças lêem isso, acreditam que é verdade e pensam que tudo o que eles precisam são das drogas. Eu digo que eu não usei nada que não fosse acessível para qualquer outro fisiculturista. Eu não usei nada não usual. Mas comigo, morando na Inglaterra, em uma área isolada e quebrando barreiras em tamanho muscular, começam a surgir todos os tipos de rumores. Eu usei a mesma coisa que todo mundo... deca durabolin, testosterona, orais... e tudo isso já existe há pelo menos durante uns 20 ou 30 anos. As pessoas pensam que eles podem tomar estas coisas e fazer ganhos incríveis. Não funciona desse modo. Os esteróides ajudam o processo de construção muscular, mas não são somente eles os responsáveis. Você ainda precisa treinar duro, comer bem, e descansar o suficiente.

BDJ: Suas fotografias de antes e depois no início dos anos 90 são legendárias e muito impressionantes. Foi no período quando você iniciou seus experimentos com gH?

DY: Na verdade não foram. Eu os utilizei antes dessa época. A razão pela qual eu fiz tais progressos naquele ano foi devido ao fato de que eu soube que Haney estava se aposentando e eu precisava atingir um extremo acima dos outros competidores que eram menores do que eu. Eu queria entrar super denso, super em forma e maior do que nunca. Nos anos anteriores eu sacrifiquei muito músculo e diminuía muito. Eu estava numa condição bastante competitiva cerca de 5-6 semanas antes da competição, mas mantinha a dieta e encolhia... Tentando ficar mais denso e mais denso. Então, eu analisei e percebi que eu precisava retificar o problema e sabia que eu poderia entrar muito maior e na mesma condição sem sacrificar tanto músculo. Assim, foi uma mudança na nutrição, que eu fiz entre 1992 e 1993 que fez a diferença. Eu sei que é difícil para algumas pessoas acreditarem, mas é assim que aconteceu.

BDJ: Eu entendo o que você está dizendo desde que o efeito da dieta pode ser dramático numa escala de curto prazo. Por exemplo, comer certos alimentos, combinações ou quantias podem lhe fazer parecer mais cheio e maior ou podem fazer parecer pior dentro de horas.

DY: E se sua gordura corporal ficar muito baixa, é muito mais fácil queimar tecido muscular, e foi isso que eu decidi evitar.

BDJ: Quanto aos negócios! Você oferece livros e um vídeo, bem como uma linha de suplemento e serviços de personal training.

DY: Sim. Eu tenho meu próprio website, http://www.dorianyates.net/ que tem informação sobre consultas telefônicas e programas personalizados bem como recursos didáticos. Minha linha de suplemento, Dorian Yates Approved, está indo muito bem na Inglaterra e Europa. Nós começamos recentemente nos Estados Unidos. A linha de suplemento está centrada ao redor de proteína e um MRP. O começo disso foi através de um amigo na Inglaterra envolvido na indústria de suplementos. Ele teve a idéia de começarmos juntos uma linha de produtos. Ficou definido em acordo desde o começo que se eu me envolvesse, eu poderia opinar sobre os padrões do produto, os materiais, pesquisa e desenvolvimento. A proteína e o substituto de refeição são sem igual e são os mais efetivos no mercado, pois eles contêm whey protein não desnaturada, diferente de algumas marcas que usam subprodutos da fabricação de queijo. Nossas proteínas não desnaturadas retiveram os importantes fatores de crescimento que são necessários para construção de tecido magro. Nossos produtos também contêm probiotics que tem um efeito no sistema intestinal e saúde em geral. Aqueles que os estão usando estão aderindo a eles porque eles estão obtendo resultados. Nós aplicamos um ano em pesquisa e desenvolvimento em nossa proteína e produtos de MRP. Seus leitores podem visitar nosso website de suplemento em http://www.propeptide.com/.

BDJ: Você pode dar uma avaliação do seu treinamento quando você começou no bodybuilding, em comparação aos seus anos de Mr. Olympia e seu protocolo atual?

DY: Quando eu comecei a treinar, eu me baseava no mais convencional (rotinas publicadas em revistas), mas rapidamente percebi que isso não estava funcionando muito bem e que eu estava em overtraining. A tendência de todo mundo no ginásio era a de seguir o que todo mundo estava fazendo, ou o que os atletas famosos estavam fazendo e o que as revistas estavam recomendando. Combinando com a literatura de Jones e Mentzer, eu inventei minha própria rotina. Do que eu recordo, minha primeira rotina de alta intensidade era uma divisão em dois treinos, enquanto treinava três dias por semana. Por exemplo, na semana 1 eu executava tronco/braços, pernas, tronco/braços. Não era exatamente isso, mas lhe dará uma idéia. Na semana seguinte eu executava pernas, tronco/braços, pernas. Eu alternava deste modo, enquanto treinava cada grupo muscular duas vezes cada duas semanas e uma só vez nas outras semanas. De um modo geral, eu treinava o corpo todo duas vezes cada nove dias. Isso funcionou bem para mim. Na época em que eu conquistei meu primeiro Mr. Olympia, eu estava fazendo uma divisão em quatro partes... dois dias de treino, um de descanso, dois de treino, um de descanso, etc. Eu descobri que conforme eu ficava maior e mais forte, eu não podia trabalhar metade do meu corpo em uma sessão e poderia ter que dividir o treinamento mais ainda. Aqui, novamente, nós estamos divergindo do que Arthur Jones estava recomendando, e para um grau menor até do que Mike Mentzer dizia, fazendo o corpo inteiro ou metade do corpo em um treinamento. Embora eu não estivesse fazendo um volume tremendo, ainda era muito estar fazendo vários grupos musculares imediatamente. Eu acredito que você requer uma certa quantia de volume, em termos de exercícios diferentes. Eu não penso que você possa entrar no ginásio e possa treinar adequadamente seu peito ou costas usando só um exercício.

BDJ: Esse é um ponto interessante. O que eu tenho notado entre muitos dos seguidores de HIT, é que eles vão ao extremo de uma rotina de consolidação, i.e., agachamento, deadlifts, supinos, mergulhos, pulldowns. Comigo, eu aumentei tremendamente a força executando muito poucos exercícios básicos, mas minha aparência piorava progressivamente.

DY: Algumas pessoas dizem que quando um músculo incendiar, incendeia... e que a necessidade para treinar em ângulos diferentes é irracional. Mas isto não faz sentido completo. Todos nós sabemos que quando você executa certos exercícios, você pode ver os resultados... Uma mudança física. É aparente que se você executasse só desenvolvimento frontal, desenvolvimento por trás, elevação lateral, laterais curvado, laterais na polia baixa, etc., todos em ângulos diferentes, a aparência dos ombros mudaria em cada situação. Igualmente, se você executa apenas supino declinado ou supino reto, você enfatiza a porção mais baixa dos peitorais, mas não muito a porção superior. Deveria então ficar claro que exercícios diferentes e ângulos diferentes afetam um músculo de maneira diferente e afeta a aparência do seu físico. Assim, você deveria treinar com uma variedade de exercícios, e em ângulos diferentes.

BDJ: Sim, e isto pode ser feito em uma base rotacional. Você não tem que executar todos os exercícios em um único treinamento. Eu também acho que uma pessoa requer bastante variedade, em termos de volume de séries. Por exemplo, se alguém vai participar de uma competição de transformação física em 12 semanas, você não consegue fazer mudanças dramáticas simplesmente executando um punhado de exercícios uma vez cada 7-9 dias, " a la " treinamento de consolidação.

DY: Não, você não consegue. Você não consegue alcançar um físico por inteiro. Você aumentará sua força e conseguirá um desenvolvimento básico, mas você não conseguirá um desenvolvimento completo de todos os grupos musculares. Isto simplesmente não é possível. Você não consegue desenvolver a largura e a espessura de seus dorsais, rombóides, trapézio, e lombares com apenas um exercício.

BDJ: Até mesmo a respeito do condicionamento metabólico e redução dos depósitos de gordura, deve haver volume o bastante. Casey Viator fez um comentário no Protocolo de Exercício do Verão 2000 que ele freqüentemente chegava ao overtraining até o momento da competição. Ele tinha que fazer isso para alcançar a condição que ele queria alcançar o que era diferente do treinamento de construção de massa na pré-temporada.

DY: Eu não concordo com isso. Obviamente se você faz mais atividades você vai queimar mais calorias. Construir músculos é exatamente isso, e manter músculos é basicamente a mesma coisa. A idéia é reduzir a gordura corporal tendo um equilíbrio calórico negativo e aumentando a quantidade de queima de calorias. Eu não acredito que aumentar o volume de treinamento com pesos seja um modo eficiente de fazer isto. Funcionará, mas eu prefiro uma abordagem aeróbia, sendo estes, queimadores de gordura mais específicos.

BDJ: Como você aplica seu treinamento aeróbio na preparação para uma competição.

DY: O treinamento com pesos que eu fazia na pré temporada e na temporada eram quase a mesma coisa. Assim, para queimar gordura, além da redução calórica, eu executava aeróbios por até uma hora por dia. Eu fazia meia hora pela manhã e meia hora à noite, ou conforme precisava. Não era nenhum trabalho aeróbio de alta intensidade, mas baixo em intensidade, assim eu usava principalmente gordura como energia. Você pode perder gordura aumentando exercícios e séries, mas você corre o risco de ficar mais catabólico e perder tecido muscular. Isto torna mais difícil recuperar-se de um volume de treinamento mais alto do que de um volume normal.

BDJ: Como é hoje o seu treinamento? Eu acredito que você ainda treina?

DY: Sim, eu ainda estou realizando praticamente a mesma programação. A intensidade é um pouco mais baixa, principalmente devido a minha lesão no tríceps. Eu tenho que ter muito cuidadoso porque existe um desequilíbrio entre meu lado esquerdo e meu lado de direito. Em conseqüência, eu tento usar mais máquinas, especialmente para minha porção superior do corpo. Há outra vantagem no treinamento com máquinas... Isso te permite treinar ao redor de lesões sem a preocupação quanto a coordenação e o equilíbrio.

BDJ: Sérgio Oliva apresenta artrites bastante sérias ao longo de seu corpo inteiro, enfatizando sua necessidade para treinar principalmente com máquinas. Ele descobriu que treinar com pesos livres, e todo o equilíbrio necessário ao treinamento com pesos livres, é algo que agrava muito as dores nas articulações.

DY: Em um mundo ideal, e se eu não tivesse nenhuma lesão, eu usaria mais pesos livres. Eu não gostaria de treinar exclusivamente com máquinas, mas este não é exatamente o lugar onde eu estou agora. Assim, eu simplesmente faço o que eu posso fazer e o que eu tenho de fazer.

BDJ: Me parece que não há nenhuma chance de você sair da aposentadoria que você teve das competições?

DY: Eu tomei a decisão de me aposentar, principalmente por causa da lesão e porque eu tenho competido por muito tempo. A única coisa que eu queria conseguir era melhorar o meu físico. Mas com a lesão e com toda a reabilitação que eu realizei, eu sabia que isso não ia ser possível. E eu definitivamente não queria voltar e ser qualquer coisa menos do que meu máximo.

BDJ: Exatamente. Relativo à dieta, parece que última semana antes da competição era muito crucial. Fisiculturistas tornam-se mentalmente estressados, pois acreditam que eles parecem muito piores do que eles na verdade são.

DY: Isso definitivamente é verdade. Você pode olhar no espelho um minuto e pode pensar que você parece ótimo. Então dez minutos depois você não está tão seguro. Obviamente as coisas não mudaram, mas sua mente pode pregar peças em você. Muitas pessoas tendem a fazer coisas malucas na última semana porque eles estão naquele estado mental. Eles fazem tudo com consistência, enquanto parecem melhor e melhor, então durante a última semana ou poucos dias antes eles fazem algo que estraga tudo completamente. Embora você tenha que ser flexível, você precisa de um plano e deve e aderir a isso.

BDJ: Você se preocupava com depleção e carga de carboidratos ou alterava sua ingestão de água?

DY: Eu sempre trabalhei com meus carboidratos e isso funcionava muito bem para mim. Não funciona para alguns, e talvez físicos diferentes respondam de modo diferente à ingesta de macro nutrientes. Eu refinei isto durante os anos para saber exatamente o que estava funcionando, o que não estava funcionando e por que. Não havia muito acerto e erro, embora às vezes quando eu olho para trás, vejo que eu poderia ter aumentado um pouco aqui ou lá para estar numa condição ligeiramente melhor. Eu sempre mantive registros, enquanto monitorava tudo o que eu fazia, fazendo correções até a última semana antes da competição. Eu examinaria meus registros e então compararia a informação para conforme eu parecia e então fazia ajustes.

BDJ: Com a nutrição em geral, qual era sua relação entre proteína, gordura e carboidratos?

DY: Minha primeira preocupação era me certificar de que eu tinha proteína o suficiente em intervalos regulares ao longo do dia. Eu calculava uma média de 3 gramas por Kg de peso corporal. E então era uma questão de equilibrar o resto das calorias das quais eu precisava entre gorduras e carboidratos. Eu não estou seguro das porcentagens exatas, mas era provavelmente ao redor 30-40% proteína, 50% carboidrato e 15-20% gordura. Variava, mas eu via as gorduras e carboidratos como alimentos energéticos, e claro, há também a necessidade de ácidos graxos essenciais para o sistema nervoso, etc.

BDJ: Parece haver uma tendência para uma ingestão muito alta de proteína e gordura e muito baixa de carboidratos.

DY: Novamente, isso pode variar com o metabolismo de cada pessoa, e como eles respondem à insulina produzida pelos carboidratos. Mas, para mim, minha dieta era bastante alta em carboidrato. Quando era baixa em carboidrato, eu perdia tamanho, meu físico ficava plano, e eu perdia energia muito depressa.

BDJ: Eu também observei todos esses efeitos. Uma vez eu fiz um regime muito alto em proteína durante vários meses e meu corpo nunca se ajustou a isto. Eventualmente eu tive que aumentar a ingesta de carboidratos ao redor dos 40-50%.

DY: Para mim, até mesmo a depleção de carboidratos significava algo ao redor de 200 gramas de carboidratos por dia. Isso era baixo para mim, e ficava bem difícil depois de 2 ou 3 dias nisso. Mas para outros isto seria considerado moderado.

BDJ: O que eu notei a respeito da sua dieta, é que você não levava a depleção de carboidratos ao extremo. Ao invés, você realizava uma redução até "certo ponto", o que era o suficiente para produzir um déficit.

DY: A regra geral era diminuir meus carboidratos até 50%. Eu calculava a média entre 400-450 gramas por dia, sendo em alguns dias um pouco mais alto ou mais baixo que outros. Quando eu diminuí meus carboidratos para 200 gramas durante aproximadamente três dias, eu aumentava ligeiramente o volume de treinamento para apressar a depleção de glicogênio. Eu também tinha cuidado em aumentar a ingesta de proteínas e gorduras, assim o nível global de calorias era o mesmo. Algumas pessoas não apenas reduzem demais os carboidratos, enquanto ficam com pouca energia, mas eles não substituem essas calorias perdidas e começam a queimar tecido muscular. Então, antes da competição eu elevo meus carboidratos para aproximadamente 1000 gramas por dia. Durante a pré temporada era ao redor 700 a 800 gramas de carboidratos por dia, assim o leve aumento acima do normal fazia uma diferença adicional.

BDJ: Sua ingesta calórica fica calculada ao redor de 5000 a 6000 calorias por dia.

DY: Isso ficava ao redor 5500-6000... Sim. Disso, minha proteína ficava ao redor de 400 a 450 gramas por dia.

BDJ: Você está trabalhando atualmente com o Ernie Taylor. Como está o andamento disso e como ele treina?

DY: Vai bem. O treinamento dele é bastante breve, particularmente quando comparado ao dos outros profissionais. Eu penso que quando eu ganhei o Olympia em 1993, e o tipo de treinamentos que eu estava fazendo, recebeu publicidade, e produziu um impacto no esporte. Eu não estou dizendo que todo mundo começou a treinar do modo que eu fazia, mas o volume e a freqüência de treinamento entre os profissionais reduziu-se bastante de dez anos atrás até hoje. Quase todo mundo estava fazendo 3 dias treina 1 descansa, 3 dias treina 1 descansa, etc. Eles treinavam cada parte do corpo duas vezes por semana. Agora, a maioria dos sujeitos está treinando cada parte do corpo uma vez cada 5 ou 6 dias, com volume reduzido.

BDJ: Exceto o Lee Priest, que declara estar treinando até 30 séries por grupo muscular.

DY: Sim... Mas ele conseguiu um ótimo físico.

BDJ: Ele também é jovem. Eu tinha muita energia quando eu tinha a idade dele, e fazia uns treinamentos bastante selvagens. Eu olho atrás nesses dias e não sei como eu fazia aquilo.

DY: Sim... Eu olho atrás, e eu costumava treinar peito, costas e ombros em um treinamento e provavelmente com mais volume que eu faço agora. Mas ainda assim produzia resultados.

BDJ: O que você mudaria sobre o esporte do bodybuilding?

DY: Educação. As pessoas realmente não entendem o que importa na criação de um grande físico. Se você assiste um esporte igual ao basquetebol, nele você pode ver e pode apreciar a habilidade do atleta. Com as competições de bodybuilding você vê apenas o produto final. Se você estiver nisso, você pode apreciar o físico, mas às pessoas comuns isso parece algo estranho e extremo. Eles não sabem da dedicação ou do trabalho duro... Ou do conhecimento sobre nutrição. Eles deveriam combinar a cobertura da televisão com um documentário verdadeiro das pessoas treinando e o que elas fazem para se preparar. Quando eu estava competindo no Olympia, eu recebia alguns convites para apresentação na televisão, e isso sempre foi o que eu quis fazer... Falar e discutir sobre o que está envolvido no esporte. E quando as pessoas estivessem educadas sobre o processo, elas apreciariam e olhariam de modo diferente para isso. Mas minha experiência com o pessoal da TELEVISÃO é que eles não estavam interessados nisso... Sentar-se e falar sobre isso. Eles me queriam no estúdio para posar, e então fazer algumas perguntas. Eu não queria ir para isso. Eu dizia "... se você estivesse recebendo outro atleta, um corredor, por exemplo, você não o faria correr ao redor do estúdio... ou fazer um jogador de basquetebol jogar o basquetebol. Ao invés, você se sentaria com a pessoa e conversaria com ele. E isso é o que eu estou preparado para fazer". Isso não os interessava. Mas trazer um fisiculturista em calção de banho para posar... É algo torna aquela pessoa um objeto e um espetáculo.

BDJ: Você acredita que você obteve de fato, em seu país, a notoriedade que você merece?

DY: Definitivamente não, não na Inglaterra. Eu sou mais reconhecido nos Estados Unidos.

BDJ: Isso é devido ao bodybuilding não ser muito popular na Grã Bretanha?
DY: Não é realmente popular. Isso tem obtido uma boa audiência hardcore e há vários fisiculturistas decentes na Inglaterra, como você provavelmente sabe. Mas é uma comunidade muito pequena... Uma coisa underground. Não é algo que chega até o público em geral... Diferente dos Estados Unidos. Lá, eu acho que eu sou mais amplamente reconhecido entre um grande e variado número de pessoas... pessoas que não são necessariamente fisiculturistas, mas que vão para os ginásios... que estão em forma, se interessam por saúde e nutrição e que apreciam muito mais o bodybuilding. Nos Estados Unidos eu agrado pessoas de todos os estilos de vida, e que me reconhecem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

O Incrível Tom Platz

" Tom Platz "! Apenas a menção de seu nome para qualquer fisiculturista hardcore dedicado, em qualquer parte do mundo, em qualquer momento, e você o terá imediatamente sob sua atenção! Quando você simplesmente considera o quanto esse cara tem modificado a própria aparência e "shape" como um todo, então você poderá convencer a sí mesmo a acreditar em magia! Bem, o que eu quero dizer é que o sujeito tem tido muitas desvantagens contra ele não acha?Todo mundo continua dizendo "Certo, ele tem as maiores coxas no mundo todo, mas a porção superior de seu corpo está muito, muito abaixo em comparação". Quando Tom apareceu na competição do IFBB Mr Olympia 1981, quase todo mundo ficou com a mente chocada ante à incrível visão deste novo Tom Platz. A profundidade, a densidade e a aparência rasgada de cada única parte corporal salientava-se tão absolutamente que algumas pessoas simplesmente não puderam acreditar em seus próprios olhos.Embora muitas pessoas estivessem chocadas por esta exibição de puro músculo em Columbus, Ohio, haviam algumas que não ficaram tão surpresas assim. Uma destas pessoas era Mike Mentzer:" Tom Platz treinou extremamente duro o ano todo para a competição de Mr. Olympia da IFBB. Ele foi o único sujeito dentro do Gold's Gym que treinou duro durante todo o inverno. Ele simplesmente ia ao fracasso em cada série e repetição, e eu me lembro de declarar para meu irmão Ray que aquele devia ser um sujeito sério! Eu não tinha nenhuma idéia de como ele estava parecendo debaixo de suas roupas de moletom, mas quando eu o vi na piscina ao lado da minha casa logo antes da competição eu simplesmente não pude acreditar em meus olhos. Ele tinha acrescentado 5,5 kg de puro músculo apenas sobre a porção superior de seu corpo. Agora, seus deltóides, peitorais, e dorsais quase se igualam a suas pernas incríveis que estão entre os maiores fenômenos médicos que eu já vi! Eu sabia que ele seria incrível no Olympia ". Outro entusiasta dos músculo, e não menos surpreso pela melhoria em Tom Platz foi o importante campeão canadense de musculação, John Cardillo, talvez o fisiculturista de treinamento mais intenso que já treinou no Canadá. Isto é o que ele me falou depois de uma visita ao Gold's Gym durante o inverno de 1981: " Platz está treinando como um homem possesso. Eu nunca vi qualquer coisa igual a isto. A intensidade que ele põe em cada série deve ser testemunhada para que se possa acreditar. Na realidade, ele às vezes grita por causa da intensa dor que cresce dentro de seus músculos. Você deveria ir e deveria ver isto por você mesmo "! E assim eu fiz. Duas visitas à Califórnia durante 1981, e eu simplesmente não pude acreditar na diferença entre o Tom Platz que eu vi em março deste ano para o que eu testemunhei em agosto, apenas a cinco ou seis semanas antes do "Big O". Durante minha primeira visita em março, para o IFBB Califórnia Grand Prix, eu já quase que não reconheci o " Grande Tom Platz ". Ele estava fungando e arquejando e lutando como o diabo, ao fazer desenvolvimento por trás do pescoço, em pé, na máquina de Smith, que é um tipo máquina para exercícios de pressão, que corre através de guias de aço. Quando ele alcançou o ponto onde ele não podia executar outra repetição em movimento rígido e correto, com seus ombros, Tom mudou o exercício para tipo de impulso, ou empurrão para cima. Ele agachava levemente, flexionando um pouco seus joelhos tal como os levantadores olímpicos fazem, até que a barra ficasse sobre sua cabeça. Daí por diante, ele se concentrava em resistir à barra o máximo que podia, até que esta retornasse aos seus ombros. Estes impulsos seguidos por fase negativa eram mantidos até Tom não tivesse mais força ou energia nem mesmo para flexionar seus joelhos! Quando a série acabava, ele desmoronava sobre o banco, e rapaz! Seria porque ele estaria fora de forma?!

Isso é certo o, "Grande Tom Platz" tinha se permitido inflar igual a um balão, direito até 107 kg, logo depois do 1980 IFBB Pro Mr. Universe, no qual ele colocou-se em segundo lugar. Sua cintura estava pesada. Seus quadris estavam pesados, de fato, tudo nele estava malditamente pesado. Mas tudo aquilo mudaria, e brevemente Tom Platz apresentaria ao mundo um dos corpos mais surpreendentes que alguma vez já foi visto. Ao voltar ao Canadá eu praticamente desprezei a idéia a respeito de Tom Platz e sua preparação e treinamento para o Mr Olympia que viria, até que o editor da Muscle Mag, Bob Kennedy me mandou novamente de volta até a Califórnia para procurar material para ele usar em seu novo livro " Hardcore Bodybuilding ". "Consiga para mim algumas fotos no estilo ação de verdade, Chris. Eu não estou interessado em fotos de poses! ", disse Bob enquanto eu me voltava para o leste, na direção da " Terra dos Campeões ". Agosto de 1981 era uma boa época para estar na Califórnia: Gray (Rocky) DeFerro estava treinando duro no "World Gym" do Joe Gold, junto com Roy Callendar, Bertil Fox, Samir Bannout e Bronston Austin. Logo acima, no Gold's Gym, você poderia assistir Mike e Ray Mentzer, Andreas Cahling, Reid Schindle, Ron Koontz e Robbie Robinson, todos treinando em um momento ou outro. Havia também o Tim Belknap, no processo de transformar-se em apenas três semanas, e vencer a prestigiosa competição de Mr. América daquele ano.

Enquanto todos estes grandes campeões do bodybuilding estavam treinando cada um em sua fábrica de músculos particular, havia um fanático loiro usando ambos os empórios de músculos, e esse era o único e sem igual Tom Platz. Tom usava ambas as excelentes instalações do World Gym e do Gold's Gym, e ele fez de si mesmo o assunto das conversas na cidade, prosseguindo através de tais treinamentos brutalmente intensos jamais vistos, até mesmo pelo mais ardente dos observadores. Desde aquela ocasião, muitas pessoas tem me perguntado sobre como Tom Platz realmente treina, e enquanto não há verbos e adjetivos que façam justiça ao treinamento que ele realmente faz, eu tentarei cumprir esse pedido da melhor maneira possível, com fotografias e palavras que são apenas secundárias à própria experiência. Em primeiro lugar, Tom faz seu primeiro treinamento diário às 9:00 de todas as manhãs, ou no Gold's, ou no World Gym, dependendo de suas necessidades ou inspiração. Ele chega ao ginásio em seu Corvete vermelho novinho em folha, acompanhado por seu amigo e parceiro de treinamento, um cara grande, com um visual estilo Tom Platz, de quem o nome me foge à lembrança.Invariavelmente vestido desde a cabeça até os dedos dos pés, em sua vestimenta completa de treinamento, Tom carrega um saco com uma boa provisão de pó de giz que ele usa liberalmente em suas mãos antes de cada e toda série, o qual eventualmente acaba cobrindo cada mancha de suor em seu corpo, ao final de outro treinamento brutal. Depois de cumprimentar o pessoal no ginásio, Tom sempre procura um canto do ginásio donde ele passará pelo menos vinte minutos fazendo exercícios de alongamento, antes mesmo que ele toque em algum peso. Tom senta sobre o chão em uma posição tipo abertura de pernas, enquanto estira lentamente cada um dos principais grupos musculares em seu corpo inteiro, até que ele sinta que seus músculos foram aquecidos e foram revitalizados e também que suas juntas estejam lubrificadas o bastante, e prontas para a tarefa a cumprir.Em todo o tempo em que eu observei Tom Platz treinar durante o período que eu passei na Califórnia, eu realmente não posso dizer que eu o vi treinar com cargas muito pesadas. Talvez com exceção para a Máquina de Agachamento Hack, onde Tom realmente empilhava discos conforme ele torturava suas coxas até a submissão muscular total. A máquina de Agachamento Hack era usada no lugar do exercício favorito de Tom, o agachamento completo. Seu parceiro de treinamento já tinha me falado antes que Tom tinha excluído intencionalmente o agachamento porque ele não queria que suas coxas parecessem muito grandes no Olympia!

A essência da rotina de peitorais de Tom Platz era realmente bastante simples e parecerá como um choque para esses entre vocês que pensam precisar de todas essas sofisticadas máquinas com resistência variada para peitorais, etc. Para isso, Tom Platz usava principalmente e basicamente dois exercícios básicos com os quais, grandes notáveis como Arnold, Franco, Draper, Fox e incontáveis outros construíam seus próprios soberbos peitorais. E estes dois exercícios eram o desenvolvimento supino, e flyes com halteres, mas os antecessores dele nunca os executaram do modo que Tom Platz fez!Tom começou seu treinamento de peitorais com o dumbell fly. Ele elevou a extremidade de um banco em aproximadamente 15 cm, de forma que isto ficou levemente inclinado. Deitou-se sobre o banco de forma que sua cabeça ficava no topo, ou na parte inclinada onde Tom elevou suas pernas cruzadas, para fora do chão, manobra essa que impedia suas costas de arquearem quando o exercício ficava quase que insuportável. Em sua primeira série, Tom usou um par de halteres bastante leves, usados para aquecer seus peitorais e ombro e articulações anexas em comum. Ele abaixava cada haltere sempre um pouco mais, em cada repetição, de forma que seus músculos, tendões e articulações fossem se familiarizando para com o incrível estiramento que receberiam depois.

Depois de um breve descanso, Tom escolheu um par de halteres de 27 kg da prateleira de halteres no Gold's, e ele estava pronto para começar sua primeira série de verdade. Mantendo seus braços flexionados o tempo todo, Tom os abaixava bem abaixo o quanto possivelmente poderia, e você pode ver nas fotos que isto significava diretamente para baixo! Na realidade Tom parecia a cada vez estar tentando baixar seus cotovelos tão abaixo, que talvez um dia que eles poderão até mesmo tocar o encosto do banco abaixo de suas costas! Desta posição muito, muito baixa, Tom contraía seus peitorais até elevar os halteres diretamente até acima deles. Na realidade ambos os halteres estavam apenas a aproximadamente 15 cm de distância de seus peitorais superiores quando eles eram eventualmente devolvidos novamente à posição inicial. A intensidade posta neste exercício básico muito muito simples aqui, realmente deveria ter sido vista para ser apreciada. Quando Tom Platz treina até o fracasso, você vê que ele não treina até o fracasso do modo como qualquer um faz, porque quando a maioria das pessoas alcança o fracasso muscular em um exercício, Tom Platz está apenas começando sua série!Isso é certo, quando Tom alcança um ponto na série quando ele simplesmente não pode fazer outra repetição, não importa o que seja, ele então começa a fazer outras pequenas coisas àquele músculo que agora só tem que fazer isto crescer. Por exemplo quando ele chega ao fracasso no exercício de dumbbel fly acima mencionado, Tom segurará os halteres na posição contraída por alguns breves segundos inspirando e expirando profundamente, dando a seus pobres músculos quase mortos, um novo fôlego de vida. Então ele começa novamente, depois deste curto descanso até que uma vez mais o fracasso começa. Daqui, Tom abaixará os halteres muito lentamente em puro estilo negativo, e porque ele está muito fraco para ergue-los de volta, ele é forçado a contraí-los usando a força de seus tríceps.

Platz continua sem parar, desse modo, até que mesmo isto seja muito para o músculo suportar, e tudo o que ele é capaz, é fazer os halteres descerem e subirem apenas algumas polegadas em puro estilo "burns"! Só Tom Platz conhece a sensação de queimação que esta acontecendo dentro de seus músculos e o que eu posso dizer é, antes ele do que eu! Freqüentemente, eu sentia meu próprio estômago revirar conforme ele continuava sem parar durante uma série, completamente inconsciente de quaisquer sons e visões ao redor dele. Obviamente, ele tem que ter controle completo sobre a sensação de dor intensa, porque eu duvido que qualquer outra pessoa no mundo poderia suportar tal quantia de tortura. Mas de modo muito estranho, ele sempre parecia ter controle total sobre cada única repetição, não importa o quanto difícil fosse. Tom Platz fez muitas e muitas séries deste exercício aqui, e quem sabe, talvez tivessem sido seis ou dez ou até mesmo mais. Eu não contei. Ele descansava uns bons três ou quatro minutos entre cada série e por causa da intensidade crescente em cada série, ele era forçado a reduzir as cargas em algumas das suas séries, enquanto só podia finalmente trabalhar com um par de 18 kg.

Quando ele decidiu que era o bastante neste movimento de fly, ele foi para cima de um banco reto para algum exercício de pressão. Até mesmo antes de que ele chegasse ao banco, a área inteira, especialmente a parte superior de seus peitorais estava inflada como dois balões. Incrivelmente eu assisti Tom Platz usar apenas uma barra Olímpica mais duas anilhas de 20 kg para suas séries de desenvolvimento supino! Porque seus músculos peitorais estavam em tal um estado de esgotamento muscular temporário que Tom só tinha a força dos músculos de seus tríceps relativamente frescos e fortes em quem confiar. Mas este tipo de pré-exaustão era exatamente o que Mr. Platz buscava e ele não se preocupava nem um pouco com quanto peso estava na barra. Ele queria atear fogo aos seus músculos peitorais, e era o modo para fazer isto. Afinal de contas ele já tinha pago a própria justa cota de supinos pesados regulares no passado. A pegada que ele usou para este exercício de pressão poderia ser descrita como estreita para os padrões de hoje e isto lhe permitia manter seus antebraços quase que paralelos ao longo da maior parte do movimento. Ele usou uma empunhadura " falsa " que permitia que a barra se acomodasse completamente na parte carnuda das palmas de suas mãos, enquanto eliminava completamente a necessidade de preensão com o uso de seus dedos polegares. Uma vez mais ele fez muitas repetições muito rígidas, enquanto apertava e contraía os peitorais toda vez que ele empurrava na barra. Quando eu pensei que ele nunca empurraria a barra para longe de seus peitorais, Tom inspirava e expirava com um pouco mais de vigor, e veria aquela barra começar a mover-se lentamente para cima novamente. Quando finalmente a barra não se moveria até mesmo uma polegada, Tom arqueava ligeiramente suas costas de forma que ele pudesse começar a roubar um pouco. Isso exigiu a quantia certa de roubo para conseguir que aquela barra continuasse de novo, para que Tom pudesse agora concentrar-se em baixa-la, ou na parte negativa do movimento.

Rapidamente, até mesmo esta forma de roubar ficava bastante ineficaz, e agora, o parceiro de treinamento de Tom rapidamente agarra a barra dando apenas ajuda o bastante, de forma que isto continue se movendo. Agora, todas as contrações são negativas, pois até mesmo o grande Tom Platz ficou muito fraco para empurrar a barra por outro centímetro sequer. A parte negativa do exercício parecia levar um tempo longo e terrível, enquanto eu me maravilhava com a energia, resistência e habilidade de Tom para resistir a dor tão intensa.Depois de talvez oito incríveis séries deste supino ter sido completadas, eu decidi que eu não poderia ficar para ver qualquer coisa a mais desta tortura, e assim eu deixei o ginásio. Eu não sei se Tom treinou mais seus peitorais nesse dia, mas eu espero sinceramente que ele não o tenha feito. Um dia eu o vi no World Gym, onde ele estava acabando de treinar seus abdominais na cadeira romana. Ele estava compartilhando o exercício com outro top campeão abdominal Ed Guilliano. O Tom estava usando uma suadeira puramente branca, e ele parecia absolutamente volumoso. Os ombros dele pareciam mais largos do que antes, e seus deltóides em particular pareciam de outro mundo. Depois que Tom terminou seu trabalho na cadeira romana, ele escalou sobre uma prancha abdominal num ângulo de 45°, com os joelhos curvados, e partiu direto para uma série de flexões abdominais com suas mãos cruzadas sobre seus peitorais. Ele trabalhou neste exercício exatamente como ele trabalhou suas outras partes corporais, e isso significou direito até um completo e extraordinário fracasso muscular.

Na realidade quando Tom não pode mais mover a porção superior de seu corpo em sequer algumas polegadas, ele ainda continuou tentando e tentando até que parecia agora como se ele estivesse em pesadas contrações isométricas! Sem saltar fora da prancha abdominal, agora Tom mudou este exercício em um construtor de oblíquos porque seus pobres músculos abdominais frontais estavam simplesmente gritando por alívio. Ele agora torcia lateralmente seu tronco para a esquerda de um modo que parecia como se a porção superior de seu corpo iria cair para fora do banco para o lado direito. Em seguida, ele acomodou-se novamente sobre o banco usando apenas a força e poder de seus músculos oblíquos. Daqui, ele repetiu o mesmo movimento para o lado direito, e continuou deste modo de maneira alternada até que ele não podia mais sair para fora do banco!Enquanto tudo isso pode soar bastante incrível e talvez até mesmo inacreditável para alguns de vocês, deixem-me lhes falar que isto não é nada quando comparado ao dia em que eu vi Tom Platz executar outro exercício básico muito simples, roscas com halteres, mas é claro que, como eles podem ser simples quando feitos no estilo do Tom Platz?Para estas roscas, Tom usou um banco de desenvolvimento sentado, com a inclinação fixada num ângulo muito abrupto de 85°. Ele executou estas roscas com halteres de modo alternado, começando-as com as palmas de suas mãos voltadas na direção de seu corpo e então girando-as conforme os halteres ganhavam altura. Ele permitia que o haltere que estivesse sendo movido continua-se sendo conduzido até acima de seus ombros, e enquanto seus cotovelos estavam sendo elevados, Tom contraia o músculo biceps com tanta dureza quanto ele possivelmente poderia, antes de que ele finalmente o abaixasse lentamente de volta ao início. O Tom parecia fazer muitas repetições na sua primeira série pesada, e novamente eu simplesmente não pude acreditar a habilidade dele para resistir a tanta dor. Conforme as repetições aumentavam em dificuldade, eu pensei que as maçãs do rosto dele poderiam estourar direito através de sua pele, tal era o esforço e a potência necessários para manter esses halteres em movimento! Quando as coisas ficavam realmente muito ruins que não restava nenhuma quantia de força para conseguir outra repetição rígida e em boa técnica, Tom elevava seus quadris direto para fora do banco, a tal ponto que praticamente ficava em pé, e esta ação o permitia continuar a série enquanto seus pobres e velhos músculos bíceps desejavam saber que inferno estava acontecendo com eles!

Rapidamente Tom estava novamente preso e agora ele fez algo que eu nunca vi ser feito antes, numa tentativa dele em avançar a causa da intensidade. Ele largou um dos halteres sobre o chão e imediatamente começou a concentrar-se no haltere que foi deixado em sua outra mão. Aparentemente, porque ele agora só tinha um braço para o qual se concentrar, isto significou que ele de fato pudesse continuar com até mesmo mais repetições. Por causa do efeito enfraquecedor que estava explodindo dentro do seu bíceps, Tom foi forçado a impulsionar o haltere até a altura de seu ombro. Daqui ele poderia permitir o haltere lentamente descer "negativamente", e não importa o quanto difícil qualquer repetição poderia ser, Tom tentava dar o seu melhor, quase que permitindo àquele haltere subir. A série, e ele fez pelo menos outras seis ou algo assim, deve ter durado até cinco minutos de duração, ainda não terminara, enquanto Tom começava a oscilar aquele haltere para frente e para trás até que a dor não pudesse mais ser suportada, até mesmo pelo grande Tom Platz! Este movimento de oscilação e contração do tipo isométrica, quando o músculo estava sofrendo uma carga de trabalho muito intensa, parece ser uma técnica popular para o próprio Tom, porque eu me lembro de vê-lo apenas elevar ou oscilar de um lado para o outro uma barra em relação a suas coxas - para algumas polegadas para longe de seu corpo ao terminar sua rotina de ombro e surpreendentemente ele usou uma barra de apenas 32 kg!!! Quando freqüentemente nos relatam que o segredo para grande desenvolvimento reside na antiquada receita de trabalho duro e mais trabalho duro, nós às vezes podemos desprezar este fato em preferência do caminho muito mais fácil do uso de drogas, etc. Nós desprezamos o ponto sobre trabalho duro porque nós sabemos muito bem que quase todos os "top champions" usam drogas em algum momento ou outro em seus treinamentos. Infelizmente entretanto, a drogas não são o único fator na tarefa de aquisição de músculos maiores e para a construção de um grande físico, porque como Casey Viator uma vez me disse, "Eles pensam que tudo o que nós fazemos é empurrar esteróides para dentro de nossas gargantas. Bem, cara, deixe-me te dizer que eu estou no ginásio quatro horas por dia, seis dias por semana, esfolando o meu rabo"! Não, as drogas definitivamente não são a razão por que Tom Platz fez os incríveis ganhos que ele tem conseguido em tal curto período de tempo. O sucesso dele é totalmente um resultado de seus incríveis métodos de treinamento, sobre os quais você acabou de ler. Um dia, se ele continuar mantendo-se tão motivado para o bodybuilding como ele está agora, então eu acredito que seu corpo bem poderá se assemelhar a essas caricaturas de homens musculosos disponíveis atualmente na forma de posters. Ou em outras palavras, ele será incrível!Durante 1982, eu viajei novamente até o Gold's Gym e o World Gym na Califórnia em um esforço para observar e fotografar o grande Tom Platz enquanto ele conduzia-se a si mesmo através de mais torturantes treinamentos pré-Olympia. Como sempre, a visão de Tom treinando com os pesos é inspiradora para a alma, mas eu percebí que algo estava errado. Várias vezes durante um treinamento de braços Tom teve que parar completamente o treinamento para receber terapia de manipulação de seu parceiro. A grande quantidade de bandagens e fita enroladas ao redor de seu biceps direito revelou tudo. Há apenas três semanas antes do Olympia de 1982, Tom lesionou severamente os tendões do seu biceps direito, e foi aconselhado por seu médico a imediatamente parar completamente o treinamento. Em outras palavras, abandonar seus planos de entrar no Olympia!Como o verdadeiro campeão que Tom Platz é, ele foi contra o conselho do médico e continuou seu treinamento para o Olympia. Agora já é história que Tom Platz, colocou-se apenas em sexto em Londres. De volta à Califórnia, Tom foi diretamente ao hospital para ter seu braço operado, para o que ele precisará de muitos meses de repouso e recuperação depois da operação. Vamos esperar que ele se recupere a tempo para outro ataque ao Mr Olympia da IFBB, porque ganhando ou perdendo, Tom Platz é o fisiculturista vivo que com mais dureza treina!


by Chris Lund (1983)


(TRADUÇÃO: KLEBER NUNES)


quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Rompendo Barreiras.

Quando as coisas ficam difíceis, é sempre a mente que falha primeiro, não o corpo. O melhor exemplo disso que posso lembrar ocorreu um dia quando Franco e eu estávamos realizando agachamentos na antiga Gold’s Gym. Franco ficou embaixo de 227 kg, agachou e não conseguiu subir de volta. Agarramos a barra e o ajudamos a colocá-la de volta no rack. Duzentos e vinte e sete quilogramas mesmo com uma só repetição, eram aparentemente demasiados para ele naquele dia.
Justamente nesse momento, quatro ou cinco crianças ítalo-americanas de Nova York apareceram. “Puxa”, disseram, “lá está Franco” Ei, Franco! Eram grandes fãs e estavam aguardando ansiosamente para vê-lo treinar - justamente no momento em que Franco havia falhado em um levantamento e parecia provável que erraria novamente na próxima tentativa.
Chamei Franco de lado e disse-lhe: “Franco, esses caras pensam que você é o rei. Você não pode ficar embaixo de 227 kg novamente e falhar.” De repente o seu rosto mudou. Olhou para mim com grandes olhos, percebendo que estava sendo observado. Depois saiu até a rua e ficou por um instante mentalizando-se, respirando profundamente e concentrando-se no levantamento.
Ele entrou de volta na academia com altivez, agarrou a barra e, em vez das seis repetições que teria de realizar com 227 kg, fez oito! Depois se afastou friamente, como se aquilo não fosse nada.
Obviamente os músculos de Franco não ficaram nenhum pouquinho mais fortes nesses poucos minutos entre séries, seus tendões não aumentaram; o que realmente mudou foi sua mente, sua determinação e motivação, seu desejo de alcançar o objetivo. Era impossível não perceber como a mente foi importante em fazer com que o corpo realizasse o que ele queria.
Arnold Schwarzenegger

O poder da mente sobre o corpo.

O corpo nunca responderá completamente aos seus treinamentos até que você entenda como treinar a mente também. A mente é um dínamo, uma fonte de energia vital. Essa energia pode ser negativa e trabalhar contra você, ou pode ser utilizada para dar-lhe treinamentos inacreditáveis e desenvolver um físico que se mantenha até suas mais entusiásticas expectativas.

Há várias maneiras específicas em que o poder da mente pode ser utilizado para ajudá-lo a alcançar suas metas:

Visão: O primeiro passo é ter uma visão clara de para onde quer ir e o que quer alcançar. Quando sua visão é poderosa o bastante, todo o resto se ajeita: o modo como vive sua vida, seus treinamentos, os amigos que escolhe como companhia, como você se alimenta, o que você faz para divertir-se. Visão é objetivo, e quando seu objetivo é claro, também o são suas escolhas de vida. A visão desenvolve a fé, e a fé desenvolve a força de vontade. Com fé não há ansiedade nem dúvida, apenas absoluta confiança.

Visualização: Não basta apenas querer ficar grande, Fisiculturismo é mais do que isso. Ele trata de massa, forma, simetria e definição. É um tipo de escultura. Você tem que ver com os olhos da mente as massas de músculo que estará desenvolvendo, o físico potente que terá no futuro. Assim você terá uma meta bem definida pela qual lutar.

Modelo Exemplar: Quando encontrar alguém que represente seu físico ideal, estude o máximo possível de fotografias dele, recorte suas fotos de revista e afixe-as na parede, faça o que for necessário para ajudar a manter sua mente concentrada na tarefa que tem pela frente.

Motivação: É a força que o impulsiona e permite que desenvolva uma determinação de objetivo que de fato lhe de a disposição de submetê-lo aos treinamentos mais castigados possíveis. Isso faz a diferença entre apenas realizar cinco séries disso e quatro séries daquilo, do que realmente levar seu corpo ao limite.

Estratégia de treinamentos: Você decidiu aonde quer chegar, agora precisa mapear como chegar lá. Esse é o ponto em que você aprende realmente a individualizar suas seções de treinamento, descobre como o seu corpo responde a exercícios específicos e decide que estratégia irá empregar para desenvolver o tipo de corpo que deseja ter.

A Mente no Músculo: A chave para o sucesso nas suas sessões de treinamento é transpor a mente para dentro do músculo, em vez de pensar no peso em si. Quando você pensa no peso em vez do músculo, não consegue sentir o que o músculo está fazendo. Você perde o controle.
Por Arnold Schwarzenegger.

Treinamento HIT

O treinamento HIT (High Intensive Training) foi criado pelo inovador Arthur Jones e aprimorado pelo incrível Mike Mentzer, um dos fisiculturistas mais admirados já existentes.

Bem, a filosofia do treino HIT baseia-se na intensidade, e não no volume, sendo assim, o volume é inversamente proporcional a intensidade.

Resumindo: Quanto mais e melhor você exigir seus músculos, menos terá que treina-los. Isso não é opção, é obrigação, senão você pode entrar em overtraining.

O interessante desse treinamento é que você vai a academia apenas 3 vezes por semana, e treina aproximadamente 30 a 40 minutos em cada sessão.
"Quando você exige o máximo de um músculo em uma série, não há necessidade de fazer outra série, pois esse esforço não pode ser duplicado."


RESUMO
Esse tipo de treinamento é recomendado para atletas intermediários e avançados, que praticam musculação a pelo menos 1 ano. Iniciantes em musculação não vão se beneficiar desse tipo de treinamento, podendo ter lesões de vários tipos, sem conseguir aumentar o ritmo de hipertrofia (aumento de massa muscular).

Quando você treina o músculo sem utilizar a técnica correta, você tende a desenvolvê-lo assimetricamente, isto é, sem a sua forma mais completa, o que pode causar deficiência estética e fraquezas em seu desenvolvimento. O objetivo do fisiculturismo é dificultar ao máximo o movimento, isolando os músculos utilizados e forçando-os ao máximo de esforço que eles são capazes de realizar sozinhos. Porem pode haver algumas variáveis, tais como o roubo, que se bem utilizadas, podem acrescentar mais intensidade ao seu treino.

Se você treina com o máximo de intensidade, apenas três exercícios são suficientes para desenvolver músculos grandes e dois exercícios para músculos pequenos.

- Músculos grandes: Perna, Peito e Costas
- Músculos pequenos: Bíceps, Tríceps, Panturrilha e Ombro

O volume de treino será o mais baixo possível, permitindo assim que as poucas séries que você vai realizar realmente levarão seus músculos ao extremo, ocorrendo assim, a hipertrofia.
As séries serão mínimas, uma para aquecimento e uma para a alta intensidade. Em alguns músculos pode ser necessária mais uma série adicional, pois nem sempre é possível alcançar seu 100% com apenas uma série. Mas geralmente essa série adicional é utilizada apenas no primeiro exercício de um grupo muscular.

O treino é infreqüente, a pessoa treina no máximo 3 vezes na semana, e cada grupo logicamente é treinado uma vez na semana, sendo que essa infreqüência poderá aumentar dependendo de cada pessoa.


Grupo Muscular Exercícios mais utilizados Exemplo de Programa de Exercícios
Peito Supino
Crucifixo
Fly Supino reto
Fly inclinado
Crucifixo reto
Costas Puxada
Remada
Pullover Puxada nuca
Puxada frontal
Remada baixa
Ombros Desenvolvimento
Elevação
Remada alta Desenvolvimento frontal
Elevação lateral
Remada alta
Braços Rosca
Polia
Contração Rosca direta - bíceps
Rosca alternada - bíceps
Rosca francesa - tríceps
Rosca na polia - tríceps
Contração palma cima - antebraço
Pernas Agachamento
Leg press
Cadeira romana
Stiff
Cama romana
Flexão plantar Leg press - quadriceps
Agachamento aberto - coxa interna e quadriceps
Cadeira romana - quadriceps
Cama romana - femural
Stiff - femural e lombares(costas)
Flexão plantar de pé - panturrilhas
Flexão plantar no Leg press - panturrilhas
Cintura Abdominal
Elevação de joelhos
Rotação de quadril
Contração de quadril Abdominais na prancha declinada
Elevação de joelhos deitado
Contração de quadril com peso

Bem, esse é o treinamento de alta intensidade. Como pode ver, seu treinamento vai ter uma duração muito mais curta. Você vai treinar cerca de 90min por semana, enquanto tem gente que treina mais do que isso por dia!!! Já parou para pensar que pode ser esse o fator da falta de resultados? Excesso(em quantidade) de demanda? Preocupe-se com a qualidade e o curto esforço, porém concentre-se em treinar como um touro enfurecido.
Experiência própria: esses 30min serão o inferno, e você vai sentir isso antes e depois do treino. Não descuide da alimentação!

TÉCNICAS
Aqui estão algumas técnicas do HIT, lembramos que elas não são exclusivas do HIT, estão de forma bem resumida, apenas para dar uma idéia de como são feitas. As técnicas da alta intensidade não se restringem a essas 4 que aqui estão, existem outras como a Super Series, o Max Reps, a Pré Exaustão, entre outras.

Rest - Pause é uma técnica avançada que poucos usam.
Escolha um peso que só seja possível fazer 2 ou 3 repetições, descanse aproximadamente por 10 segundos e volte a fazer mais 2 ou 3 repetições, faça isso até que o numero de repetições alcance o que normalmente é feito. Essa técnica também pode ser feita no final da série, assim q acabar a série descanse entre 10 a 15 segundos e faça mais 1 ou 2 repetições, dessa forma você estará prolongando o estimulo muscular ao máximo.

Rep. Estáticas
Repetições Estáticas podem ser feitas de 2 formas:
No final da série
Faça a serie normalmente até chegar ao fracasso, em seguida peça ajuda para que o peso seja erguido sem o seu esforço até a posição se contração (Ex: nos exercícios de bíceps ocorre quando o antebraço forma um angulo de 90 graus com o braço), depois disso segure o peso por 6 a 10 segundos e abaixe de maneira controlada, repita o processo até que seja impossível manter o peso na posição de contração.

Séries apenas com repetições parciais
Selecione um peso 20% mais pesado que o normal, peça ajuda ara que o peso seja erguido até a posição de contração e mantenha por 6 a 10 segundos nessa posição, repita o processo até chegar ao fracasso muscular

Existem exercícios fáceis de realizar repetições estáticas como crucifixo e voador, e alguns que são loucura tentar como é o caso do agachamento.

Rep. Parciais
Existem 2 tipos de repetições parciais, do fundo para o meio, e do meio para extensão completa, sendo mais utilizadas a do fundo para o meio.

As parciais são utilizadas para sobrecarregar ainda mais os músculos, quando esses já chegaram ao fracasso, e não conseguem mais fazer repetições completas, são sempre usadas no final das series, como veremos no exemplo a seguir:

Faça a série normalmente seja ela com 6, 7, 8.... Quantas repetições forem necessárias para chegar ao fracasso, tendo certeza q é impossível executar outra repetição por completo, comece a fazer repetições parciais, sem dar intervalo. Faça 3, 4, 5... Quantas parciais conseguir, ate chegar ao fracasso muscular novamente, dessa forma você estará aumentando ainda mais a intensidade do seu treino.


Rep. Negativas
Uma repetição completa de qualquer exercício é composta por 3 partes. Fase positiva (concêntrica), fase estática e fase negativa (excêntrica).
Pegando como exemplo o supino reto, a fase positiva da repetição ocorre quando a pessoa faz o movimento para erguer a barra, a fase estática acontece quando a barra esta parada no alto, e a fase negativa se dá quando a pessoa começa a descer a barra até o peito.
Explicado o que é a negativa da repetição podemos mostrar como utilizar essa técnica em seu treinamento.

Essa técnica pode ser usada de 3 maneiras distintas:

No final da serie
Faça a serie normalmente até chegar ao fracasso, quando você tiver certeza que é impossível continuar peça ajuda para que o peso seja erguido sem o seu esforço, e tente ao Maximo resistir a fase negativa, levando de 6 a 10 segundos para abaixar o peso, faça quantas repetições negativas conseguir até chegar ao fracasso novamente.

Negativa acentuada
Faça a serie normalmente, porem dando mais destaque para a fase negativa, faça a parte positiva em 2 ou 3 segundos e a fase negativa em 5 ou 6 segundos.

Seria toda negativa
Monte o peso 40% mais pesado do que normalmente é utilizado em suas series, peça ajuda para erguer o peso sem o seu esforço, e resista ao Maximo a fase negativa, levando de 6 a 10 segundos para abaixar a barra, até que seja impossível continuar.

TESTE DE FIBRAS
1. Determinar qual músculo você quer saber a predominância de fibras

2. Determine sua repetição máxima: para fazer isso você tem que colocar uma carga que seja possível somente conseguir executar 1 única repetição em boa forma, ou seja, que você só consiga fazer 1 repetição e na segunda não consiga mais executar em boa forma, não esquecendo de aquecer bem o músculo antes.

3. Descanse por uns 5 a 10 minutos

4. Faca com 80% do peso de sua repetição máxima quantas repetições você conseguir em boa forma, sem roubar. Quando ver que não agüenta mais, marque quantas repetições você conseguiu executar em boa forma.

5. Multiplique o número de repetições por 0.15

6. Arredonde o resultado: por exemplo, se você conseguiu fazer 6 repetições irá multiplicar por 0.15 e obterá o resultado 0.9. Então arredondará para 1.

7. Adicione o resultado ao numero de repetições que você conseguiu executar e terá seu limite máximo de repetição.

8. Subtraia o resultado ao numero de repetições que você conseguiu executar.

Na prática temos:
1. 100 kg de carga máxima no leg press.
2. Descanso de 5 minutos
3. 80% disto é 80Kg, número máximo de repetições com movimento correto 6
4. Multiplicando-se 6 x 0.15 = 0.9, arredondando para o inteiro mais próximo =1
5. 6-1=5, 5 número mínimo de repetições
6. 6+1=7, 7 número de esgotamento máximo de seu músculo, porém se você conseguir uma repetição a mais deverá acrescentar o peso, pois seu esgotamento máximo deverá ocorrer com 7 repetições.
Fibras: Conhecendo as suas.
Pegue o numero de repetições que você conseguiu executar em boa forma e multiplique por 7 (duração de cada repetição).
Exemplo: Você conseguiu 6 repetições, então faca 6x7=42 segundos.
Com esse resultado em mãos basta olhar abaixo o seu tipo de fibra:

Fibras Rápidas: 30 a 50 segundos
Fibras Intermediárias: 51 a 80 segundos
Fibras lentas: 81 a 120 segundos

Agora que você já sabe qual seu tipo de fibra basta montar o treinamento de acordo com ela.
Exemplo: Um treino eficaz para músculos com fibras rápidas seria, por exemplo, 6 repetições com 2 segundos para positiva, 1 para estática e 3 para negativa. O que significa que cada repetição terá 6 segundos. Você multiplica 6 segundos por 6 repetições, dará um total de 36 segundos, o que estará dentro do tempo ideal das Fibras Rápidas (30 a 50), ou seja, o tempo de tensão (série) terá que ter mais de 30 segundos e menos de 50 segundos para estimular a hipertrofia em músculos com fibras rápidas. Se for abaixo de 30 ou acima de 50 as fibras rápidas não serão recrutadas.
Gentilmente cedido por: Strong Body

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

VOCÊ É O RESULTADO DE SUA MENTE.

Você é o que for a sua mente. A mente age, gerando em si mesma um estado de paz ou de agitação, de alegria ou de tristeza, de amor ou de ódio, de riqueza ou de pobreza, de sucesso ou de fracasso, e o corpo reage gerando bem-estar ou doenças, de acordo com o conteúdo que a mente lhe envia.
O homem é a sua mente. O corpo é a manifestação da mente. A estrutura humana é expressão da mente. Quando a mente se deteriora, o corpo se deteriora;
quando a mente deixa o corpo, a energia corpórea se transforma em outros tipos de energia. O corpo, portanto, é o resultado da mente.
Como a mente é controlável, a saúde e a doença podem ser controláveis. A mente em estado de perfeita ordem e harmonia gera um corpo em perfeita ordem e harmonia, ou seja, em estado de saúde.
Por outro lado, a mente é o agente de todos os estados intelectuais, emocionais, sensoriais, extra-sensoriais e espirituais.
A mente é uma só, mas tem duas funções ou características: mente consciente e mente subconsciente.
A mente consciente é a mente racional, objetiva; é a mente que pensa, analisa, raciocina, deduz, tira conclusões, seleciona, censura, dá ordens, determina, imagina; é a mente servida pelos sentidos; é a mente em estado de vigília e responsável pelo que você é.
A mente subconsciente é a mente subjetiva, impessoal, não seletiva, cujo papel é cumprir as ordens que recebe da mente consciente através do pensamento. Tudo o que a mente consciente aceita como verdadeiro, a mente subconsciente também aceita e realiza. Nas profundezas do subconsciente residem o poder infinito, a sabedoria infinita, a saúde infinita, enfim todos os atributos divinos.
A mente consciente age e a mente subconsciente reage de acordo.
William James, pai da moderna psicologia americana, disse que o poder de mover o mundo está no subconsciente.
O que você grava na mente subconsciente, esta moverá céus e terras para tornar realidade física. O subconsciente é, também, o construtor do corpo e mantém todas as suas funções vitais. Trabalha sempre, noite e dia, tentando ajudá-lo e buscando preservá-lo de qualquer dano.
Pode-se dizer que a mente subconsciente é universal ou cósmica, por isso você abrange todo o universo dentro de você.
Foi Sócrates quem disse que quando levantamos um dedo estamos afetando a estrela mais distante.
A mente subconsciente pode ter muitos nomes, uma vez que ela é íntima com o espírito e o espírito é infinito.
Jesus dizia: Eu e o Pai somos UM. Havia absoluta interação entre a sua mente consciente e subconsciente, daí o Poder Infinito do Mestre, capaz de realizar milagres a qualquer momento.
Outras pessoas falam em Eu Superior, em Mente Cósmica, em Presença Infinita, em Poder Infinito, em Energia, Vida, assim por diante. Qualquer nome que você dê, será um nome limitado, pois você nunca abrangerá toda a extensão da sua mente, porquanto chega a um ponto em que ela se confunde com a própria divindade.
A mente subconsciente tem força infinita, capaz de realizar todos os seus desejos, mas nunca age por conta; ela age, de modo todo especial, determinada pelo pensamento. O pensamento dá a ordem e o subconsciente cumpre. Por isso, você é o resultado dos seus pensamentos.
Pronto, agora você desvendou o mistério. Agora você tem as chaves do reino dos céus. Como dizia Jesus Cristo: "O reino de Deus está dentro de vós mesmos."
Texto extraído do livro: O Poder Infinito da Sua Mente, de Lauro Trevisan
FONTE: http://www.acasadoaprendiz.com/

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

TREINO DE SHEILA VIEIRA.

O QUE COMER ANTES E APÓS O TREINO DE MUSCULAÇÃO?

Sem dúvida, todas as refeições que compõem o programa alimentar de um atleta e/ou esportista são importantes, mas neste artigo vamos discutir a alimentação em dois momentos cruciais para o praticante de musculação: antes e após o treinamento.

Antes do treino, deve-se garantir uma refeição que o mantenha em estado anabólico durante o exercício, além de proporcionar um ótimo rendimento. Já, após o treino, o principal é garantir uma ótima recuperação do organismo. Muitas pessoas ainda acham que o crescimento muscular ocorre exatamente no momento do exercício, mas, na verdade, a maior parte do processo de hipertrofia acontece durante o período de descanso. O stress causado durante o treinamento pelas sobrecargas metabólicas e tensionais, provoca microlesões nos músculos envolvidos. Para ocorrer a hipertrofia, essas microlesões devem ser adequadamente reparadas num patamar superior ao anterior. Portanto, a fase de recuperação é fundamental para o desenvolvimento muscular. Se o indivíduo não estiver completamente recuperado, a musculatura responderá de maneira negativa, dificultando a hipertrofia. Nesse processo recuperativo, o descanso e uma ótima nutrição são fatores cruciais.

Refeição antes do treinamento

É conveniente realizar uma refeição sólida em torno de 60 a 90 minutos antes do treinamento. Este período é bem variável, pois enquanto algumas pessoas podem apresentar um ótimo rendimento realizando uma alimentação sólida apenas 30 minutos antes do exercício, para outras essa prática pode ser desastrosa. Portanto, a individualidade sempre deverá ser respeitada. Essa refeição deveria conter uma quantidade adequada de carboidratos complexos e proteínas, além de ser reduzida em fibras, frutose e gorduras. Nesse momento, uma refeição com a quantidade adequada de carboidratos aumenta de forma significativa o conteúdo de glicogênio nos músculos e no fígado, constituindo um importante fator para melhorar o desempenho.

Essa conduta tem por objetivo:
• Reduzir o catabolismo induzido pelo exercício (maior liberação insulínica e maior síntese de glicogênio);
• Garantir maior disponibilidade de aminoácidos para os músculos;
• Prevenir a hipoglicemia e os sintomas a ela relacionados;
• Fornecer energia para o trabalho muscular durante o treinamento;
• Evitar o estado de fome e o desconforto gastrintestinal durante o exercício;
• Proporcionar um correto aporte hídrico, garantindo que o indivíduo inicie o exercício num estado completamente hidratado.

Exemplos de refeições pré-treino
Os exemplos de refeições foram divididos em níveis: iniciante, intermediário e avançado. No nível avançado, podemos incluir pessoas com um expressivo desenvolvimento muscular, tais como os bodybuilders .

Nível iniciante:
Pão branco com geléia de frutas, acompanhado de iogurte de frutas light e uma fruta;Extrato solúvel de soja light batido com uma fruta e aveia em flocos.

Nível intermediário:
Pão branco com queijo branco magro, acompanhado de iogurte de frutas light e uma fruta;Iogurte de frutas light com cereal sem açúcar e uma fruta.

Nível avançado:
Batata doce/mandioca cozida acompanhada de peito de frango;Panqueca de aveia em flocos com claras de ovos e uma banana.

Logicamente, as quantidades não foram especificadas devido as grandes variações individuais. Além disso, devemos lembrar que as opções acima são apenas sugestões, devendo-se sempre respeitar os hábitos, preferências, alergias, aversões e intolerâncias alimentares de cada um. No período entre essa refeição e o treinamento (60 – 90 minutos) deve-se garantir um aporte hídrico entre 500 ml e 1000 ml.

Para os que estão em um nível intermediário ou avançado de treinamento, a inclusão de uma suplementação, entre 15 e 30 minutos, antes do treino pode ser de grande valia. Nesse período, a suplementação é preferível à alimentação sólida, pois causará um rápido esvaziamento gástrico, evitando qualquer tipo de desconforto.

Exemplos de suplementação logo antes do treino
Nível intermediário:
- Maltodextrina
- Whey protein

Nível avançado:
- Maltodextrina
- Whey protein
- BCAAs
- Glutamina

No nível intermediário, o uso de maltodextrina acompanhado de uma pequena quantidade de whey protein proporcionaria um melhor rendimento associado a um aumento na síntese protéica. Já no nível avançado, devido à alta intensidade do treinamento, além de maltodextrina e whey protein , o uso de BCAAs e glutamina parece ser interessante. Ainda para os indivíduos em nível avançado, a inclusão de outros suplementos, tais como HMB e óxido nítrico em determinados períodos também pode ser útil. O uso de vitaminas do complexo B é recomendado em alguns casos, dependendo da ingestão de carboidratos da dieta, já que essas vitaminas atuam como coenzimas do metabolismo energético. Portanto, a ingestão de vitaminas do complexo B está diretamente relacionada ao teor de carboidratos na dieta.

Durante o treinamento
Em atividades com menos de uma hora de duração, a suplementação com carboidratos não é necessária. Garantir um ótimo aporte hídrico já seria suficiente. No entanto, para atividades com duração superior a 60 minutos, o uso de um repositor de carboidratos é necessário, sendo que em atividades com duração superior a 90 minutos o repositor deveria conter eletrólitos. Algumas pessoas engajadas em um treinamento com pesos de alta intensidade observam um melhor rendimento com o uso de maltodextrina durante o treino; outras já não observam essa melhora. Neste caso, a experiência de cada um auxiliará na escolha, sempre respeitando a temperatura (em torno de 16ºC) e a concentração da solução – que deverá estar entre 6 e 8%, visando um rápido esvaziamento gástrico.

Refeição após o treinamento
Imediatamente após o treinamento, é interessante realizar uma refeição o quanto antes, para auxiliar no processo de recuperação e evitar o catabolismo. Essa prática promoverá melhor perfil hormonal anabólico, diminuição da degradação protéica miofibrilar e rápida ressíntese de glicogênio. A fim de garantir maior praticidade, o uso de suplementos, nesse caso, é bem interessante, pois além da dificuldade de transporte, observa-se em treinamentos mais intensos, o que é conhecido como anorexia pós-esforço, dificultando o processo alimentar.

Imediatamente após o exercício, os músculos que estavam ativos se preparam para restabelecer a energia gasta e maximizar a entrada de nutrientes. Esse é o estado em que o corpo se encontra mais receptivo à absorção e ao armazenamento de energia. Durante o treino, ocorre uma diminuição natural na insulina circulante, sendo que, por meio da ação de receptores específicos, a glicose entra nas células sem depender de insulina nesse momento. Este fenômeno é conhecido como período insulino-independente, com duração de uma a duas horas após a atividade física. Quando se ingere um alimento na fase insulino-independente, os nutrientes entrarão nas células mais rapidamente, proporcionando uma ótima absorção.

Exemplos de suplementação logo após o treino
Nível intermediário:
- Maltodextrina- Dextrose
- Whey protein Nível

avançado:
- Maltodextrina
- Dextrose
- Whey protein
- BCAAs
- Glutamina
- Nutrientes antioxidantes
- HMB

Nesse período recomenda-se o uso de um shake contendo proteínas de rápida absorção ( whey protein ), além de uma mistura de carboidratos com alto índice glicêmico (dextrose e maltodextrina). Esses valores são variáveis de acordo com cada indivíduo, mas como parâmetro, em torno de 8 gramas de carboidratos por kg de peso corporal (50% maltodextrina e 50% dextrose) e 4 gramas de proteínas hidrolisadas por kg de peso corporal parece ser o suficiente para garantir uma ótima ressíntese de glicogênio, uma excelente liberação do hormônio anabólico insulina, otimizar a síntese protéica e interromper a proteólise. Em nível avançado, pode-se ainda enriquecer essa solução com BCAAs, glutamina e HMB, dependendo de sua disponibilidade financeira.

Antioxidantes são substâncias capazes, mesmo em concentrações relativamente baixas, de retardar ou inibir o processo oxidativo. Podem agir bloqueando a formação de radicais livres ou interagindo com eles, tornando-os inativos. Estudos demonstram que o trabalho muscular intenso gera maiores quantidades de radicais livres de oxigênio, os quais, se não forem devidamente neutralizados, podem iniciar um processo deletério nas células e tecidos, chamado estresse oxidativo. Este pode levar à destruição de lipídios, proteínas e ácidos nucléicos, causando diminuição do rendimento físico, fadiga muscular, estresse muscular e overtraining . Como exemplos de nutrientes antioxidantes, podemos citar a vitamina C e a vitamina E.

Tanto antes, quanto após o treino, os indivíduos em nível inicial de treinamento não necessitam fazer qualquer tipo de suplementação, salvo alguma orientação em um caso específico.

Após um período de no máximo 60 minutos, é interessante realizar uma refeição contendo uma boa quantidade de proteínas de alto valor biológico, carboidratos complexos, e restrita ao máximo em gorduras. Nesse momento, os níveis sangüíneos do hormônio anabólico insulina encontram-se elevados (devido ao shake ingerido alguns minutos antes), o que propicia uma ótima absorção dos nutrientes ingeridos.

Exemplos de refeições pós-treinamento
Nível iniciante:
- Arroz e feijão, acompanhado de carne vermelha magra, legumes e verduras.- Pão branco com patê de atum light com requeijão light e suco natural de frutas

Nível intermediário:
Arroz e feijão, acompanhado de peito de frango, legumes e verduras.Extrato solúvel de soja light, batido com fruta e aveia em flocos, acompanhando pão branco com patê de peito de frango desfiado com requeijão light

Nível avançado:
Batata inglesa acompanhada de peito de frango, legumes e verdurasArroz branco acompanhado de peixe, legumes e verduras.

O presente artigo teve por objetivo principal identificar a importância de uma nutrição adequada para o sucesso do treinamento com pesos, particularmente nos horários antes e após o treinamento. Espero que as dicas apresentadas auxiliem aqueles que buscam objetivos sólidos com o treinamento com pesos. Lembre-se: antes de iniciar qualquer dieta, consulte um profissional habilitado em nutrição esportiva. Só ele poderá elaborar um programa alimentar de acordo com suas necessidades.

POR: Rodolfo Anthero de Noronha Peres - Nutricionista Esportivo - CRN8 2427